segunda-feira, 23 de maio de 2011

A origem vermelha da rosa

Ó caros leitores, ó amigos, ó seguidores... perdoem-me o abandono.
A vida passa, e as vezes acabamos passando com ela... sem parar, sem descer, sem protestar.

Mas neste fim de noite, resolvi que a minha história seria diferente. Sou dessas, em que o ímpeto as vezes domina, as vezes arrebata, e que muitas vezes toma resoluções resolutas por volta da meia-noite (sabe, antes que chegue o próximo dia, sem parar, sem descer, sem protestar).

E há motivos... sempre há. Andei pensando hoje, entre uma correria e outra... entre uma aula interminável e outra... entre uma risada aqui, uma conversa ali... andei pensando hoje que algumas coisas realmente passaram. E fiquei pensando hoje se eu teria passado também...

Minha primeira melhor amiga se foi há muito tempo... não me entenda mal: ela está vivinha e linda da silva, mas não está comigo. E amizades que se vão nunca voltam.
Meu primeiro poema ficou também pra trás... eu era moça, jovem, sonhadora... e inocente. E inocência a gente não recupera.
Foi-se o tempo da minha primeira escola. E bate uma saudade...
O primeiro livro que eu li eu nem me lembro. E tantos, e outros: são muitos!
Meu primeiro beijo, meu primeiro namorado. E certas coisas que não são.
Acabou-se o meu primeiro sonho (quem não se lembra que eu queria ser a Ana Paula Padrão?!). Mas passou.
Teria eu passado também?
Não há volta?
Haverá saudade de mim?

Os motivos dos meus pensamentos, nem eu mesma compreendo.
Hoje, compreendo apenas que ainda muitas coisas virão... Quanto mais mergulho em incompreensões, encontro-me. 
A garota tímida que despertou pro mundo.
A menina difícil e teimosa que desabrochou.
A jornalista que virou médica.
Quem eu era, não mais sou... e com isso, acho que encontrei a origem das minhas elucubrações: minha inquietante vontade de viver cada dia melhor. 
Tal qual o poeta encontra sua inspiração.

E no meio dos perdidos pensamentos... encontro Neruda, e a origem vermelha da rosa... Com versos doces, de amor intenso, a sangue e fogo. Colocando sentimentos em palavras, pensamentos em poemas.

"Saudade

Saudade é solidão acompanhada, 
é quando o amor ainda não foi embora, 
mas o amado já... 

Saudade é amar um passado que ainda não passou, 
é recusar um presente que nos machuca, 
é não ver o futuro que nos convida...

Saudade é sentir que existe o que não existe mais... 

Saudade é o inferno dos que perderam, 
é a dor dos que ficaram para trás, 
é o gosto de morte na boca dos que continuam... 

Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade: 
aquela que nunca amou. 

E esse é o maior dos sofrimentos: 
não ter por quem sentir saudades, 
passar pela vida e não viver. 

O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido."

Ó queridos, meus abraços...

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