quinta-feira, 18 de outubro de 2012

O dia do médico

Doutor é aquele que faz doutorado. Tudo bem, não dá pra dizer que está errado, é isso mesmo! E não é fácil chegar lá...
Mas quando a gente era criança, era do “Doutor” que usava jaleco branco e vinha com um palitão desconfortável olhar a nossa boca quando estávamos doentes que a gente tinha medo. Sem contar aqueles doutores auxiliares, que vinham te segurar pra você “tomar uma injeçãozinha e ficar melhor”. Depois desses traumas, ninguém mais ficava no sereno à noite quando a mamãe pedia pra entrar em casa. Afinal, quem é que queria um encontro com o “Doutor” no dia seguinte?
A mulher então, quando vai ser mamãe, é o “Doutor” que ela procura. Pra ver o tamanho do pezinho, ouvir o coração e pra saber se está tudo bem com o bebê... e também naqueles momentos em que a mamãe, mais do ninguém, sabe que tem algo errado. É no “Doutor” mais ingrato que existe, que fica mexendo e remexendo desconfortavelmente no nosso mais íntimo, que confiamos e esperamos uma boa e não más notícias. Não... não é o “Doutor” que faz o parto, somos apenas espectadores e incentivadores. Mas é o “Doutor” vestido com pijaminha de centro cirúrgico, crocks em posição, que nos aguarda do outro lado, para a vida, e quem tem o privilégio de ser o primeiro a nos ver quando nascemos.
Desde que nascemos, a gente reclama que o SUS não é suficiente, não supre as necessidades. E é assim mesmo. O SUSão está em eterna construção. Mas você não sabe quem faz parte dessa história. Quem levanta todos os dias e veste o chinelão de couro pra trabalhar. Quem bate de porta em porta, oferecendo home care (pelo SUSão galera!). Quem vai pras periferias, pros pronto-socorros das grandes cidades. Quem agüenta as mais diversas lástimas e escuta as mais diversas queixas de uma população que se sente abandonada é o “Doutor”.
É no “Doutor” que temos esperança de cura, quando entramos deitados numa maca pelas portas de um centro cirúrgico. É o “Doutor” com a cara coberta pela máscara, que a gente fica escutando, antes de apagar para uma cirurgia. E é ele que a gente vê de novo, naquele momento estranho quando acordamos, meio zonzos... e ele diz “Tá tudo bem, já acabou”. Eles nem sempre são tão hábeis com a fala como são com as mãos, mas é esse “Doutor” que eu espero, quando bate aquela dor.
“Doutores” de dia e de noite. No verão e no inverno. Nos dias normais e nos feriados. A gente não deixa de trabalhar.
O trabalho enobrece a alma. E cansa o corpo! Cumprimos jornadas de 60, 80, 100 horas por semana. A desvalorização dos profissionais da saúde atingiu os “Doutores” em cheio! Em alguns locais, pagamos sim para trabalhar. Bancar o sonho de ter o próprio consultório não é tarefa fácil, exige muito rebolado e passar aperto. E não se engane cidadão! Ir pra cidade do interior não resolve mais a vida do “Doutor”. Hoje a época ainda é favorável à formação de novos profissionais, mas não podemos mais nos dar ao luxo de escolher a área em que atuaremos. Somos movidos pelas necessidades, afunilados nos concursos de residência (cada vez mais incongruentes, aliás), milimetricamente estudados e selecionados para continuidade – assim como os ratinhos de laboratório que os aprendizes de “Doutores” utilizam pra estudar.
Falar nisso... aprendizagem difícil essa, não? 6 anos de estudos... muitos anos prévios de preparação para o vestibular. Inúmeras aulas teóricas, distúrbios do sono, gastrite, cefaléia, lombalgia, varizes... ai, chama o “Doutor”!
Hoje é dia de São Lucas... o médico das histórias bíblicas. Padroeiro da minha profissão. Acho muito difícil que o Apóstolo Lucas tenha sido “Doutor”, no uso coloquial que fazemos desta palavra hoje. Mas foi médico... e empreendeu sua vida para ajudar outras pessoas.
Não, não somos assistentes sociais. Somos clínicos. Cirurgiões. Patologistas... Somos muitos. Estudamos e atuamos para transformar a saúde do nosso país em algo mais digno. Para que as pessoas que nos procuram... a nós, os “Doutores”... possam confiar a sua saúde e a sua vida nas nossas mãos e em nossas mentes.
18 de outubro é o dia dos Médicos. Parabéns Doutores! Orgulho-me imensamente de ter escolhido essa profissão. E espero sempre, em cada um de nós, o melhor que pudermos ser.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Sou um grão de areia...


No ritmo das homenagens pra formatura... uma palavra aos meus queridos pais: obrigada.

“Sou uma gota d'água,
sou um grão de areia
Você me diz que seus pais não te entendem,
Mas você não entende seus pais.”
Trecho de “Pais e Filhos” – Legião Urbana


domingo, 13 de maio de 2012

Algumas palavras


Em ritmo de finalizações... algumas palavras.

"A vida nem sempre é feita de alegrias
De melodias
De felicidade
A vida é cheia de amarguras, dias difíceis, notas ruins, desilusões
Mas hoje,
A vida é saudade
Das alegrias, da melodia e da felicidade
Que outrora encontrei, que outrora vivi
E que hoje,
Mostram que o sonho não acabou...
Apenas mudou"


Cena de bar

“A moça dos olhos verdes, atrás do balcão, está a me observar
Ela traz o café, e me fita
Acho que espera que eu peça algo mais
E eu a olho
Olho através de seus olhos verdes como o mar
Eu a fito
E espero...  Aguardo um sorriso, uma demonstração de entendimento, uma palavra de compreensão
E na espera
Ela me deixa,
Sem explicação, sem um riso, sem nem mesmo um olhar
E volta, pra vida de todos os dias, atrás do balcão do bar”


Abraços virtuais, e boa semana!